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Metanol: Entenda como é feita a análise de bebidas adulteradas

A intoxicação por metanol é uma emergência médica de extrema gravidade. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos (como formaldeído e ácido fórmico), que podem levar à morte.

Por Redação em 04/10/2025 às 15:58:27

O processo de anĂĄlise de bebidas com suspeita de adulteração é um trabalho feito hĂĄ anos pela PolĂ­cia CientĂ­fica de São Paulo. As garrafas apreendidas passam por uma sequĂȘncia de anĂĄlises que inclui a verificação de rótulos e lacres, além dos exames quĂ­micos para identificar os nĂ­veis de substâncias como o metanol.

"Esse processo garante materialidade jurĂ­dica às investigações e contribuirĂĄ para a responsabilização dos envolvidos na falsificação", ressaltou o governo paulista, em nota divulgada neste sĂĄbado (4). A criação de um gabinete de crise, na Ășltima terça-feira (30), intensificou as medidas de combate à falsificação de bebidas diante dos recentes casos de intoxicação por metanol.

A força-tarefa no estado tem a participação da PolĂ­cia Civil, Secretaria da Fazenda, Procon-SP e vigilâncias sanitĂĄrias estadual e municipal. Ao todo, foram 10 estabelecimentos com interdições - parciais ou totais - de forma cautelar, no estado, na Ășltima semana.

A partir dessas ações, é possĂ­vel colher amostras de bebidas e verificar as suspeitas de contaminação por metanol. As etapas de anĂĄlise das bebidas começam com a chegada das amostras ao Instituto de CriminalĂ­stica, após fiscalização ou apreensão policial.

Os produtos são registrados e enviados ao NĂșcleo de Documentoscopia, que vai verificar sinais de adulteração em rótulos, selos e embalagens. Entre os equipamentos utilizados, estĂĄ o Comparador Espectral de VĂ­deo, uma mĂĄquina que permite verificar alterações em lacres e marcas de impressão.

Após essa etapa, as garrafas são encaminhadas ao NĂșcleo de QuĂ­mica, onde ocorre a anĂĄlise laboratorial do lĂ­quido. A comparação das amostras é feita com padrões originais fornecidos pelos fabricantes. O exame é capaz de detectar a presença de metanol e, se confirmado, quantifica a concentração.

"O processo é realizado sete dias por semana para acelerar os resultados diante da gravidade dos casos que vieram à tona nos Ășltimos dias", informou o estado. O laudo técnico da polĂ­cia cientĂ­fica é o documento que confirma a falsificação de uma bebida e se o nĂ­vel de metanol encontrado é nocivo.

EmergĂȘncia médica

A intoxicação por metanol é uma emergĂȘncia médica de extrema gravidade. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos (como formaldeĂ­do e ĂĄcido fórmico), que podem levar à morte.

Os principais sintomas da intoxicação são: visão turva ou perda de visão (podendo chegar à cegueira) e mal-estar generalizado (nĂĄuseas, vômitos, dores abdominais, sudorese).

Em caso de identificação dos sintomas, buscar imediatamente os serviços de emergĂȘncia médica e contatar pelo menos uma das instituições a seguir:

Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001;

CIATox da sua cidade para orientação especializada (veja lista aqui);

Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – de qualquer lugar do paĂ­s;

É importante identificar e orientar possĂ­veis contatos que tenham consumido a mesma bebida, recomendando que procurem imediatamente um serviço de saĂșde para avaliação e tratamento adequado. A demora no atendimento e na identificação da intoxicação aumenta a probabilidade do desfecho mais grave, com o óbito do paciente.

Arte/AgĂȘncia Brasil

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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