Em fala durante o anĂșncio do "Consórcio da Paz", no PalĂĄcio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o governador Eduardo Riedel (PP) argumentou que não pode haver discurso politizado no enfrentamento à violĂȘncia no Brasil. Ainda conforme Riedel, os estados tĂȘm de trabalhar em conjunto para lidar com o assunto que é transnacional.
O consórcio foi anunciado na noite desta quinta-feira (30), pelo governador do Rio, ClĂĄudio Castro (PL), após megaoperação policial que deixou mais de 120 mortos. Riedel também lembrou que Mato Grosso do Sul é rota do trĂĄfico de drogas e local de atuação das facções.
"Não ter uma discussão politizada, de enfrentamento a PEC [PEC da Segurança] ou de ausĂȘncia de a ou de b. Tem uma necessidade, cada vez maior, de os estados trabalharem em conjunto para lidar com um tema que é transnacional. É muito importante saber que tem membros efetivos do Comando Vermelho lĂĄ no meu estado, seja na prisão, seja na atuação. Que tem membros do PCC lĂĄ no nosso estado, em atuação. As quinhentas toneladas de droga que a gente apreende por ano, em Mato Grosso do Sul, elas não ficam lĂĄ, elas não iriam pra lĂĄ, elas estão tendo destino, outros estados com maior densidade demogrĂĄfica", disse Riedel. A criação de um "Consórcio da Paz", segundo o governo do Rio de Janeiro, é para estabelecer diretrizes que possam solucionar a crise na segurança pĂșblica. O encontro também teve participação dos governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). TarcĂsio de Freitas (Republicanos-SP) se fez presente por videoconferĂȘncia, e Ibaneis Rocha (MDB-DF) enviou a vice, Celina Leão (PP).
Castro disse que propôs que a sede do consórcio seja no Rio de Janeiro. O governo do RJ deve liderar a formulação do grupo, mas não deve presidi-lo. "É do Rio e para o Brasil", disse em entrevista coletiva.
"Nesse "Consórcio da Paz", vamos integrar os estados por todos os meios: contingente, inteligĂȘncia, apoio financeiro, enfim", disse o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
Segundo Jorginho Mello, a ideia é que o consórcio não fique restrito aos estados representados na reunião desta quinta. "Se possĂvel for, os 27 estados. Se possĂvel for, vamos perseguir para isto: para que a gente troque experiĂȘncia, empreste material humano, que a gente faça compras consorciadas", declarou.
Em relação à diferença entre a proposta do consórcio e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança PĂșblica, Caiado disse que a iniciativa dos estados visa a "integração", especialmente em "momento emergencial".